Voltei. E enquanto recupero da viagem pelas ruas turtuosas da net chega-me "às mãos" o mapa de estágio do 3º ano. Os nomes dos meus colegas de turma lá, distribuídos já pelos lugares onde vão aprender mais a sério a serem TF's... e o meu nome, obviamente não está lá. Estará só no próximo ano. Para além de toda a frustranção de perder um ano apenas por causa de uma cadeira, há ainda esta de ver os meus colegas que estiveram sempre ali desde que comecei o curso a avançar... e eu não. É deprimente pensar que não vamos passar todos ao mesmo tempo pelas alegrias e tristezas do estágio.

Estou renovada! Apesar de ter havido poucas horas de sono deu para descansar bastante e sinto-me outra! Foi tão estranho voltar ao barulho daqui... ficava na Peneda mais uns dias se pudesse... mas amanhã vou para a minha pequena aldeia perto de Bragança, a diferença não é muita!
Com este vai e vem nada de estudo, o que não é nada bom... mas afinal, férias são férias :p

Vou partir daqui a minutos para o já habitual retiro espiritual, nesta altura do ano. Vão ser quatro dias sem TV, rádio, computador, internet e sem rede no telemóvel. Vai-me fazer bem, preciso de descanso não só do corpo, mas também da mente.
Até ao meu regresso!

Hoje é um dia muito especial para uma das três melhores pessoas que conheci desde que entrei nesta aventura!
Parabéns Sarinha :D

(haverá foto quando o blogger colaborar...)

Estou a fazer um trabalho de Ética e Deontologia que tem como tema “Ética na 3ª idade”. Andei então à procura de áreas em que os TF’s intervêm com a 3ª idade e enviaram-me um artigo de uma Fonoaudióloga (o correspondente a Terapeuta da Fala no Brasil) que descreve alguns casos de distúrbios na motricadade oral de pessoas de meia idade. Deixo aqui alguns dos relatos que me chamaram mais à atenção.

Mulher de 43 anos, com a queixa de não poder tomar café após as refeições, principalmente em restaurantes, quando estava acompanhada do marido. A causa de não poder tomar café era que fazia ruído quando engolia e o marido não gostava.

Homem, com 66 anos. Queixa principal: não poder comer mais empadinha. Quando as comia, engasgava muito. Isto o entristeceu bastante, pois adorava empadas. Perguntou-me se eu conseguiria tornar-lhe possível comer empadas com segurança.

Homem, com 57 anos, divorciado, indo para o segundo casamento com uma mulher de 35 anos. Queixa: ronco e baba noturna. Como casar, se roncava e babava? Não queria que isto ocorresse na frente da nova esposa. Para ele, isto poderia interferir no seu novo casamento.

De facto, um TF intervém nestas situações (nas duas primeiras em especial, corrigindo alguns padrões de deglutição que estariam incorrectos, e na terceira encaminhando para um otorrinolaringologista), mas o que me espantou nestes relatos foi haver pessoas que se dirigem à terapia por coisas aparentemente pequenas. Posso estar errada, mas tenho a ideia que em Portugal coisas destas não são muito comuns, penso que só procuram ajuda quando algo lhes afecta a vida de uma forma mais forte e significante do que o não poder comer uma empada.

Estava aparentemente bem disposto, falava dos seus pombos, dos que faziam corridas, dos que ganhavam e perdiam. Falava animadamente apesar de uma lesão algures no seu hemisfério cerebral esquerdo lhe ter tirado alguma da espontaneidade e fluência da fala. De súbito chora. Um homem com os seus 50 anos (a avaliar pela aparência) vê-se impotente porque a lesão provocou também uma hemiparésia do lado direito do corpo. Não anda porque a perna direita está paralisada, tal como o braço. A Terapeuta consola-o...

Hoje na aula de Linguagem no Adulto vizualizámos filmes de uma série de doentes com afasia. Este relato é de um deles, que me marcou e me faz sentir em nada ao imaginar que um dia um doente vai partilhar comigo as suas preocupações e tristezas... e eu talvez não consiga ajudá-lo. Assusta isto.

Não tem havido movimento por estes lados. A saga da procura de bilhete para o suposto concerto da minha vida ocupou o tempo nestes últimos dias, e a conclusão a que se chega é que não vou vê-los... frustrante qb :/
À parte isto, a vida na ESTSP corre bem, começaram já os famosos trabalhos de grupo... dores de cabeça avizinham-se :p
E amanhã (daqui a umas horas, melhor dizendo..) parto para Lisboa, fim de semana para visitar uma grande amiga que está lá a estudar, vai ser giro :)