terça-feira, agosto 24, 2004

Já antes de entrar para o curso tinha um especial carinho pelos Down. Lembro-me de ter passado uma tarde com uma menina, já há muitos anos, na altura apercebi-me que tinha alguma deficiência mas não sabia que era Síndrome de Down. Hoje, lembro-me dela e pelas características físicas não tenho dúvidas que o fosse. Era uma criança extremamente carinhosa, como de resto costumam ser as crianças com este problema.
O síndrome começou a ser estudado em 1866 por John Langdon Down que notou que havia nítidas semelhanças fisionómicas entre certas crianças com atraso mental. Infelizmente, usou o termo "mongolismo" para descrever a sua aparência, já que se assemelhavam aos habitantes da Mongólia. Hoje em dia é ainda comum ouvirmos pessoas referirem-se a estas pessoas como "mongolóides", o que me angustia, confesso. Mais tarde foi identificada a anomalia cromossómica causadora do síndrome, passando a usar-se a terminologia trissomia 21 ou Síndrome de Down. É então uma doença cromossómica relacionada com o par 21 do cariótipo humano. A sua incidência aumenta com o aumento da idade da mãe, embora haja bastantes casos em que a mãe é jovem e ainda assim, nasce um bebé com Trissomia 21.
De todas as áreas de desenvolvimento, o da Linguagem é o que está mais afectado e surgem muitas alterações anatómicas que dificultam (ou impossibilitam) a fala e a alimentação tais como boca demasiado pequena, língua excessivamente grossa e músculos hipotónicos. É frequente existirem dificuldades na coordenação da respiração/deglutição, que interfere directamente com a alimentação. É em cada um destes aspectos que o Terapeuta da Fala intervém para tornar a vida destas crianças (e adultos) um pouco melhor!

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