segunda-feira, março 14, 2005

Estou a fazer um trabalho de Ética e Deontologia que tem como tema “Ética na 3ª idade”. Andei então à procura de áreas em que os TF’s intervêm com a 3ª idade e enviaram-me um artigo de uma Fonoaudióloga (o correspondente a Terapeuta da Fala no Brasil) que descreve alguns casos de distúrbios na motricadade oral de pessoas de meia idade. Deixo aqui alguns dos relatos que me chamaram mais à atenção.

Mulher de 43 anos, com a queixa de não poder tomar café após as refeições, principalmente em restaurantes, quando estava acompanhada do marido. A causa de não poder tomar café era que fazia ruído quando engolia e o marido não gostava.

Homem, com 66 anos. Queixa principal: não poder comer mais empadinha. Quando as comia, engasgava muito. Isto o entristeceu bastante, pois adorava empadas. Perguntou-me se eu conseguiria tornar-lhe possível comer empadas com segurança.

Homem, com 57 anos, divorciado, indo para o segundo casamento com uma mulher de 35 anos. Queixa: ronco e baba noturna. Como casar, se roncava e babava? Não queria que isto ocorresse na frente da nova esposa. Para ele, isto poderia interferir no seu novo casamento.

De facto, um TF intervém nestas situações (nas duas primeiras em especial, corrigindo alguns padrões de deglutição que estariam incorrectos, e na terceira encaminhando para um otorrinolaringologista), mas o que me espantou nestes relatos foi haver pessoas que se dirigem à terapia por coisas aparentemente pequenas. Posso estar errada, mas tenho a ideia que em Portugal coisas destas não são muito comuns, penso que só procuram ajuda quando algo lhes afecta a vida de uma forma mais forte e significante do que o não poder comer uma empada.

<< Home