sexta-feira, outubro 14, 2005

A Voz – Breve introdução

A voz é algo comum aos nossos dias, todos a temos, todos fazemos uso dela sem nos apercebermos o quão ela é importante para a nossa vivência diária. É a forma de comunicação mais imediata e eficaz do ser humano, seja através de comportamentos primitivos (choro, riso) ou através do comportamento cultivado (canto), modificando-se segundo os contextos.
Desde o século II que tem sido feito o estudo da voz e do aparelho fonador (aparelho que permite a produção fisiológica da voz), mas só em 1865 Garcia observou pela primeira vez as pregas vocais em movimento. Claro está, este foi um marco importante no estudo da função vocal e, com o avanço da ciência, é possível hoje explicar concretamente como decorre o processo de fonação. O aparelho fonador é constituído por pulmões, traqueia, laringe, faringe, véu palatino, cavidade oral e cavidade nasal:

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O órgão fonador por excelência é a laringe, onde estão localizadas as pregas vocais. A laringe é constituída por uma série de cartilagens e músculos extrínsecos e intrínsecos, sendo estes últimos os responsáveis pela abdução e adução das pregas vocais, ou seja, pela sua abertura e encerramento, respectivamente. Durante a inspiração as pregas vocais encontram-se abduzidas, permitindo que o ar inspirado passe através da glote (espaço criado pela abdução das pregas) para a traqueia e siga para os pulmões. Aquando da fonação as pregas vocais estão aduzidas e o fluxo de ar proveniente dos pulmões pressiona a pregas vocais, passando entre elas, provocando a vibração da mucosa que as reveste e a consequente emissão de som. Nas cavidades superiores o som é modificado, dando origem a uma panóplia de sons diferentes.

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A emissão de sons também varia em intensidade e em frequência. A intensidade relaciona-se com a pressão com que o ar é expelido dos pulmões, sendo que quanto maior é essa pressão, maior será a intensidade da voz. A frequência relaciona-se com o número de vibrações da mucosa das pregas vocais, sendo o som mais agudo quanto maior for a frequência de vibração.
Fica aqui esta breve introdução a este tema, para melhor se perceber como funciona isto da voz. Nos posts seguintes sobre este tema abordarei algumas das patologias frequentes nesta área e o papel do TF na reabilitação dos indivíduos com essas patologias.

Fontes:
Pinho, S. M. R., (2003). Fundamentos em Fonoaudiologia – Tratando os distúrbios da voz, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan.
Apontamentos da cadeira de PCIT I - Voz, do 2º semestre do 1º ano, do ano lectivo 2003/2004.

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