Pode não me deixar dormir, mas já deu para descobrir um bocadinho do meu eu que desconhecia.
Não necessariamente bom. Mas é uma descoberta.
Pode não me deixar dormir, mas já deu para descobrir um bocadinho do meu eu que desconhecia.
As coisas têm corrido bem, mas há demasiadas noites que a esta hora estou aqui neste mesmo sítio a trabalhar. Tem sido puxado, mas a coisa vai lá. O ambiente é muito bom, as condições óptimas, fui bem recebida por pequenos e graúdos. A patologia é pesada e o trabalho difícil... mas compensador!
Parto daqui a umas horas para a minha nova cidade: Guimarães. Durante dois meses será a minha casa!
Hoje é o Dia Europeu da Terapia da Fala.
Terminou na sexta-feira mais um estágio. Chegaram ao fim dois meses repletos de aprendizagens, estudos, trabalhos, crescimento e (muitas) noites mal dormidas. No mundo dos surdos há tanta coisa que é novidade, tantos pormenores que fazem a diferença e que tornam tudo especial! Ver o rosto de uma criança de 4 anos e perceber perfeitamente o que está a pensar, a sua expressividade é incrível! E aquelas pequenas mãozinhas, já imensamente trabalhadas, falam tanto! E criam-se raízes de identidade surda, pequenas características que nos fazem dizer "vê-se mesmo que é surdo..."! E vê-los crescer, evoluir? Perceber que apesar de pouco tempo, o que fizemos deixou alguma marca? Das melhores sensações de sempre. É a parte boa do trabalho com crianças... vemos que vão dando saltos, por vezes pequenos, mas há sempre uma aprendizagem, sempre mais um conceito, mais um sentimento, mais um gesto que lhes fica.